Tribos indígenas que já estiveram em guerra entre si se uniram para se posicionar contra o governo brasileiro pelo desmatamento da Amazônia.
Tribos discutem os planos do governo
Depois que incêndios florestais atingiram a floresta amazônica, surgiram preocupações em todo o mundo sobre a participação do próprio governo nos incêndios.
As tribos se reuniram para discutir os planos do governo de autorizar o arrendamento e a mineração em terras indígenas. Eles expressaram preocupações sobre garimpeiros e madeireiros infringindo seus territórios, bem como a contaminação dos rios locais por agrotóxicos, que utilizam como principal fonte de água.
O encontro aconteceu na aldeia Kubenkokre da terra Indigena Menkragnoti – território em terras indígenas – e contou com a presença de representantes de 14 etnias indígenas da bacia do Xingu.
Apesar das diferenças indígenas se unem contra invasores
A região constitui uma grande parte da floresta e é um dos últimos trechos reservados da Amazônia. Surpreendentemente, quase 69.000 hectares foram perdidos entre janeiro e junho deste ano, de acordo com a BBC News Brasil.
Mudjire Kayapó, um dos líderes presentes, disse ao meio de comunicação: “Hoje temos apenas um inimigo, que é o governo brasileiro, o presidente do Brasil e as invasões de não indígenas”.
“Temos lutas internas, mas para lutar contra esse governo, nós nos unimos”.
Um manifesto divulgado diz que é dever das tribos proteger a floresta
Em manifesto divulgado pelo grupo, eles afirmaram: “Estamos extremamente preocupados com o que está acontecendo no Brasil. O Governo diz que nós, povos da floresta, queremos viver como todos os brasileiros e que não precisamos mais de nossa terra”.
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“Mas isso é mentira! O governo quer abrir nossos territórios para a exploração econômica de agricultores, garimpeiros, garimpeiros, madeireiros, hidrelétricas, rodovias e ferrovias”.
O manifesto passou a dizer que os povos indígenas sentem que é seu dever proteger a floresta, reconhecendo que ela é uma parte importante do equilíbrio climático mundial.
Nativos querem respeito às suas tradições
Eles escreveram: “Somos responsáveis por proteger a floresta do Xingu, que beneficia toda a região e os moradores das grandes cidades, contribuindo para o equilíbrio climático essencial para o país e o mundo”.
“Queremos reconhecimento e respeito pelos nossos modos de vida e também participar das decisões sobre o futuro do Brasil. Exigimos ser ouvidos, principalmente sobre o que nos afeta, conforme garante a Convenção 169 da OIT, que é lei no Brasil”.
“Jamais deixaremos de ser o povo do Xingu, jamais sairemos de nossas terras, queremos deixá-las para nossos filhos e netos. O Xingu é um só”.
Traduzido e adaptado por equipe Jovem Online
Fonte: Ladbible