No cenário político brasileiro atual, os artistas exercem um papel importantíssimo, principalmente aqueles que são formadores de opinião, em virtude de da conquista de público e “seguidores” que a arte lhes proporciona. Porém, é preciso que as ações e atitudes sejam exercidas com cautela.
Atualmente, o que não falta é a “deturpação” da visão daquilo que é arte e sua principal função. O que há de mais comum é observar os “auto-intitulados” artistas sérios (famosos ou não) executar e promover ações insensatas e impensadas.
Promover transformação é um compromisso e uma responsabilidade gigantesca e, muitos artistas, embalados pela mesmice popular, acabam cometendo o erro, sem perceber, de se tornar arrogantes, egoístas e preconceituosos.
Talvez, sem perceber pois já criaram uma visão deturpada de determinadas questões. O verdadeiro artista, ao menos a princípio, deveria ser aquele capaz de observar, pesquisar, conhecer, para então definir e julgar de forma mais incisiva. “Theaomai”, o sentido etimológico da palavra teatro, propõe olhar as ‘coisas’ com uma visão mais aguçada, descobrir o sentido mais profundo de cada questão, olhar com mais atenção para os fatores determinantes da “causa” do que para os meios resultantes das questões.
É muito fácil ver artistas e pessoas debatendo sobre política, criminalidade, marginalidade, relacionamento, convívio, dinheiro… Difícil mesmo é encontrar aqueles que propõem uma atuação com cautela, com observação e consequentemente, com mais inteligência.
Para que um artista seja “maior” que um político, como o título inicial propõe, é preciso que, no mínimo, suas atitudes, seus anseios, suas brigas, seus confrontos, suas suspeitas e suas ‘raivas’, sejam concentradas em obervação e transformação dos cenários reais com os quais convivemos.
Caso contrário, não teremos, de fato, um núcleo transformador digno da proposta que o título nos impõe. Não quer dizer que o artista de ver ‘santo’, se ele não souber ser santo e demônio, ao que nos parece, nem artista é. Mas é preciso que tenha perspicácia e inteligência para com suas atitudes, se quer mesmo participar de um processo construtivos cada vez maior.
O tempo passa cada vez mais rápido e o caminho é cada vez mais curto. Porém, ainda vemos “formadores de opinião” ou não, contribuindo para debates sem propósito necessariamente inteligentes. Não o debate, mas a condução. Temas não faltam, é para se esbaldar… Ou deveria ser, se o diálogo fosse sadio e produtivo… Mas, ao que nos parece, estamos todos, de alguma forma, direcionados a um princípio ‘reacionário’ preocupante. Mas ainda é possível virar o jogo… Que tal começar por observar as questões com um outro olhar?
Política, Impeachment, Eduardo Cunha, Dilma, Tiririca, Pânico na CCXP, Corrupção, Petrolão, Maioridade Penal, Samarco, Mariana, Ministério Público… Se não há um outro olhar, não há mais nada que se possa fazer…
Qual é a função do artista?
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